domingo, 20 de fevereiro de 2011

Uma questão de risco

Às 17h30min, a EB1 do Bom Sucesso encerra o seu horário de abertura. No tempo que decorre após as 17h30, muitas crianças ficam no pátio, sem o apoio de qualquer sistema organizado, apenas da boa vontade dos vigilantes e demais funcionários que possam passar por lá. Podíamos aqui discutir a responsabilidade do Estado em dever ou não garantir a guarda das crianças após as 17h30min, mas isso levar-nos-ia a outro campeonato.
A questão que acho importante formular é o que acontece se uma criança tiver um acidente após as 17h30min? Seria um acidente fora do horário escolar e seria um rastilho para o desagrado de alguns pais, preocupados com a falta de segurança, com a eventual dificuldade em accionar o seguro escolar, com indefinição da tutela entre a escola e a Junta, etc.
Muitas das decisões que tomamos na vida são ponderadas em função do risco que corremos, mesmo o simples atravessar de uma rua na passadeira. O mau, é se porventura desconhecemos algum dos riscos, por estar camuflado, ou porque apenas emerge momentos antes para ajudar a causar um acidente.
Os pais que deixam as crianças no pátio após as 17h30min têm de perceber melhor esta responsabilidade, a responsabilidade de não culpar apenas terceiros (a escola, a direcção, o ministério...) quando um risco se tornar num acidente.
Se não existisse o pátio, não existiria este limbo de alguma indefinição. Mas existe, e os pais deverão antes de mais informar-se sobre as suas responsabilidades e as das instituições que tutelam o espaço e que contudo não expulsam as crianças do pátio.
Quando muitos de nós éramos pequenos, brincar na rua era uma constante, os riscos também estavam lá, juntos com a providência. Não será ainda o fim do mundo, mas a providência nem sempre estará por perto.

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